segunda-feira, 22 de março de 2010

Hoje são 15 horas e 15 minutos.
Agora é dia 22 de março de 2010.

Sexta-feira foi dia 19 de março de 2010.
O céu era alto e azul com nuvens ora brancas, ora cinzas.
Foi de 1 hora às 24:59 minutos de sexta.
Um dia.

Depois foi sábado e as horas foram ainda de 1 às 24:59.
Depois foi domingo, de 1 às 24:59.
E hoje são 15:15 de agora dia 22 de março.
Agora é segunda-feira.

Eu sou de cabelo mediano, tenho imagens na cabeça, faço arte com os brincos.
Sou do olhar de baixo de uns, do olhar de alto de poucos.
Sou de olhos azuis - vejo azul em tudo o que vejo.
Sou samedi e dimanche.
Vários olhares páram no meio da retina.

sexta-feira, 12 de março de 2010

"e que excitante é a estética repetida de um começo."

tem uma época que parece que tudo emperra. nada prospera, nada sai do lugar, nada se move. está tudo parado.
e aí você empurra, empurra, puxa, faz força, tenta de cá, tenta dalí, acolá... e nada.
nada se move.
começa a vir o desespero, a idéia de que não mudará nunca, o medo de estagnar.
por causa do medo e do desespero aparece uma força - vinda não sei de onde já que não se presume que força é, pois forças não há mais - que ainda te faz levantar e empurrar mais.
ah! parece que se moveu. e pensar no mais leve movimento já é um forte estímulo para continuar empurrando.
mas daí, continuas. empurra e empurra mas nada sai do lugar mesmo. e percebes que forças realmente já não tens mais e, ainda, quando olha pra tudo já desanimado parece que foi apenas uma impressão ver a coisa toda se mover.
desânimo agora. não mais desespero nem medo e nem nada que dê forças, pois as forças se foram.
agora é... tanto faz.
assim você cai numa inércia profunda e num cansaço mortal. como se a morte realmente rondasse espreitando agora pronta para te pegar, presa fácil, fragilizada.

há lá em algum lugar uma impressão que parece dizer: calma.
bom, é calma mesmo, fazer o quê?
uma calma sem esperanças de nada.

até que alguém te puxa, ou parece que alguém te puxa pois empiricamente não há ninguém e nenhuma mão.
e ao se levantar as coisas vão aparecendo e sendo aquilo que você gostaria. e aquilo que você queria acontece, está na sua frente!
a coisa toda saiu do lugar!
você sorri, feliz e calma, sorri...
e só resta dizer: ah, era tudo o que eu queria!
era tudo o que eu queria!
sim, era tudo o que eu queria!


"e que excitante é a estética repetida de um começo."

Silvia Beirute