sábado, 21 de abril de 2012

Que momento esse...

Tem épocas da vida que ficamos tão perdidos.
Não sabemos bem quem somos,
misturou-se tudo!
Faltou onde tinha que sobrar,
sobrou onde jamais poderia faltar.
Morreu o que um dia jurou ser pra sempre.

Mas, era só uma tentativa
e aí voltamos novamente a vida.
Existem coisas que não darão certo
mesmo que se queira muito
mesmo que doa demais admitir isso.

Não nasci pra ser algumas coisas
e nem pra ter outras.
Já sabia,
eu só tentei ser.
Foi boa a tentativa!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tão Sentimental - Fragmentos

Tanta embalagem em vão
Tristeza, oco, desilusão
A gente tem
Desejos que não convêm
Tratado que nem gado
Desde bem neném
Pobre coitado de quem
É tão sentimental
Tão pacato e banal
Sonhando estrelas, amor total
Esperando o carnaval
Tão sentimental...

A gente sente na pele

Vontade de acreditar
Abrir as asas e voar
Povo
Tão sentimental
Sonhador, cordial
Acreditando no bem, no mal
Da paz, etc e tal.


Bia Krieger

terça-feira, 5 de abril de 2011

O Balanço

É simples viver,
simples.
É simples como dormir quando se tem sono;
Simples como olhar o céu e ver nuvens passando,
e ver o sol, pássaros,
ou nuvens carregadas,
ou um dia nublado.
Simples como o balançar de uma folha
ao passar o vento.
Viver é simples.

A vida é complicada.
Tem redes e conexões.
Ela traz as experiências, os acontecimentos.
Complicada...
Fazemos nossas escolhas,
e a vida nos oferece as cartadas...

Viver é simples.
Nascer e morrer.
Não precisamos de muito.

Simples como o balançar de um folha
ao passar do vento.

sábado, 27 de novembro de 2010

Manda quem pode, obedece quem tem juízo

Na vida ou se é oprimido, ou se é opressor.
Não há outra saída, e mesmo sendo só essas as opções, não há várias maneiras. No final, ou no mais profundo existem apenas essas duas faces: opressor e oprimido.
Não existe "equilíbrio"; não há acordo e muito menos há consenso.
A vida não é simples, ela é complicada.
Nunca teremos as mesmas chances, nem os mesmos sentimentos.
Nunca sentiremos diante do mesmo episódio as mesmas emoções, e nem teremos as mesmas lembranças dele.
Nunca falaremos do mesmo lugar.
Nunca gostaremos da mesma coisa no mesmo instante e nem do mesmo jeito.
Nunca faremos o que os outros esperam que façamos, e nunca farão os outros o que gostaríamos que fizessem.
Nunca olharemos com o mesmo olhar para a mesma coisa.
Nunca nos entenderemos.
E talvez, até nunca falaremos exatamente da mesma coisa, mesmo sendo o mesmo assunto.
Seremos sempre essa incompletude.
Carregaremos sempre uma falta, que é um espaço que apenas nos pertence.
Isso é o que nos torna "eu" e Outro.
Você será sempre o meu Outro, o meu diferente.
Esse espaço é o lugar da diferença.
No mais íntimo das relações humanas resta forte a marcação: "eu" e Outro, "eu" e o diferente.
E, portanto, há sempre um opressor e um oprimido.
É o espaço da diferença que causa a tensão que sempre existirá entre, no mínimo, dois corpos.
Tensão em que um tem que ceder. Geralmente, cede o mais fraco, que tem menos poder, que é oprimido.
Cede por obrigação, cede por violência, cede com ódio, com raiva, com ressentimento e angústia.
Cede porque não há outra saída, outra opção.
Papéis que mudam de um para o outro, que são exercidos por ambos em momentos distintos.
Ora somos o oprimido, ora somos o opressor.
É essa a tensão que rege o mundo, que traz a complexidade de viver e que terrifica as relações humanas.
Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Ou somos os oprimidos, ou somos os opressores.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Desenrêdo - Terceiras Estórias

Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor.
...

Então ao rigor geral os dois se sujeitaram, conforme o clandestino amor em sua forma local, conforme o mundo é mundo.
...

Todo abismo é navegável a barquinhos de papel.
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Esperar é reconhecer-se incompleto.
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Dependiam eles de enorme milagre. O inebriado engano.
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Até que - deu-se o desmastreio. O trágico não vem a conta-gotas.
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Diz-se, também, que de leve a ferira, leviano modo.
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Ela - longe - sempre ou ao máximo mais formosa, já sarada e sã. Ele exercitava-se a aguentar-se, nas defeituosas emoções.
Enquanto, ora, as coisas amaduravam. Todo fim é impossível?
...

O tempo é engenhoso.
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Mas.
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Sempre vem imprevisível o abominoso? Ou: os tempos se seguem e parafraseiam-se. Deu-se a entrada dos demônios.
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Triste, pois que tão calado.
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Era o seu amor meditado, a prova de remorsos.
...

Mais.
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A bonança nada tem a ver com a tempestade. Crível? Sábio foi Ulisses,
que começou por se fazer de louco.
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Deseja ... a felicidade - ideia inata.
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Entregou-se a remir, redimir ... à conta inteira. Incrível? É de notar que o ar vem do ar. De sofrer e amar a gente não se desafaz.
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Trouxe à boca-de-cena do mundo, de caso raso, o que fôra tão claro como água suja. Demonstrando-o, amatemático, contrário ao público pensamento e à lógica, desde que Aristóteles a fundou. O que não era tão fácil como refritar almôndegas. Sem malícia, com paciência, sem insistência, principalmente.
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O ponto está em que o soube, de tal arte: por antipesquisa, acronologia miúda, conversinhas escudadas, remendados testemunhos. ... genial, operava o passado - plástico e contraditório rascunho. Criava nova, transformada realidade, mais alta. Mais certa?
...

Haja o absoluto amar - e qualquer causa se irrefuta.
...

Pois, produziu efeito. Surtiu bem. Sumiram-se os pontos das reticências, o tempo secou o assunto. Total o transato desmanchava-se, a anterior evidência e seu nevoeiro. O real e válido, na árvore, é a reta que vai para cima.
...

Chegou-lhe lá a notícia, onde se achava, em ignota, defendida, perfeita distância. Soube-se nua e pura. Veio sem culpa.
...

Três vezes passa perto da gente a felicidade. ... retomaram-se, e conviveram, convolados, o verdadeiro e melhor de sua útil vida.


Guimarães Rosa

terça-feira, 9 de novembro de 2010

é perigoso...

Não se brinca com o sentimento alheio.
Não é digno não importar com o que se diz importante.
Não é digno olhar e pensar sempre em si mesmo, fechar primeiro suas feridas ao custo de afastar o outro que tem as suas abertas.
Não é bom desamparar quem precisa... e não creditar que aquilo que ele sente é realmente sentido e dolorido tanto quanto o que se sente.
Não é respeito achar que se sofre mais e não dar importância ao que sofre o outro.

De todas as coisas só sobrou a calma e eu, só.
De tudo o que foi prometido, disposto e sonhado, restou o eu só.
No fim, ou no meio, ou em qualquer parte, restamos sozinhos, sozinhos, como viemos ao mundo e como morreremos: sozinhos.

Sozinhos estamos desde o início e assim terminamos.
A grande ilusão é estarmos em sociedade, convivermos.
Isso nos dá trabalho e nos entrete, criando a ilusão entre a solidão e a companhia porque inverte a ordem de qual vem primeiro e de qual está presente ao final.

O que a vida me ensinou de mais forte até hoje é que somos seres sós.
É que sempre estou só, sozinha, mesmo com alguém ao lado.


...


Por isso, não me diga não ser assim.
Não me feche por todos os lados, pois você não irá conseguir.
Não se dá conta inteiramente de alguém.
Saiba que você é humano também e, como eu, está só.
Então, não faça promessas que não pode cumprir.

Não ache que a vida é fácil ou dura demais.
Não ache minhas palavras duras e grosseiras.
Elas são simples, talvez seja isso que tanto te dói: simplicidade...
Elas são francas.


...


Não se pode brincar com o sentimento alheio...
é perigoso.

sábado, 6 de novembro de 2010

A eleição de uma mulher é tida como um marco positivo de democratização."

W. Stokes.

Dilma Roussef foi eleita presidente do Brasil!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Fizeram uma oração pra mim, me mandaram por escrito e a frase mais linda é:

"Ajude-a a brilhar nos lugares mais obscuros onde é impossível amar."


Amém!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A Sina

É assim: a muié fica em casa e o homi sai pra tabalhar. Ela faz toda a faxina na casa, ou melhor, todos os afazeres domésticos enquanto ele trabalha lá fora, na rua. Vai chegando 11:00 hrs e ela olha pro relógio um pouco aflita, o almoço ainda vai demorá... 12:00 ele chega pra almoçá. Ele chega cansado, morto de fome e só quer um prato. Ela correndo coloca a comida, está quase tudo pronto, mas mesmo assim ela coloca o feijão com o caldo ainda pra engrossar. Se passar do 12:00 o homi briga, fica com cara ruim, fecha o dia em casa pra muié. "Que que muié fica fazendo tanto que não termina esse almoço na hora que tem de terminar?? Já sabe que chego essas hora, uai!"
Depois vai tirar um cochilo e pô os pé pro ar. Ela ainda vai trabaiá, lava as vasilha do almoço que é pra quando chega tarde da noite em casa, do trabalho de fora, ainda não ter que limpá. Termina o cochilo e as perna pro ar, o homi está pronto pra voltá. Termina as vasilha e de banho pronto, a muié sai junto pra ir também trabalhar. E depois chega ele e ela mais entrando pra noite. Ele sai antes dela, lá pelas cinco da tarde, mas de lá parte pro bar com os colegas pra tomar uma cervejinha esperta. Ela sai sete da noite e os dois chegam juntos em casa, é mais ou menos sete e quarenta ou oito da noite, se o ônibus num atrassar.
De lá, ele senta no sofá e liga alto a tevê. De cá, ela esquenta as coisas pro jantá. Antes das nove, tudo pronto e lá vão os dois se sentá de frente a tevê com o prato na mão: hora do lazer. Depois ele fica de lá, e ela volta pra cá. Motivo: lavá as vasilha do jantá. Depois de cabá, ela dá uma volta pela casa e vê e arruma o que está fora do lugar. Ele ri do cara na televisão.
Ela vai banhá, depois ele vai. Já são mais de dez da noite, está tarde. Depois deitam na cama e por sorte começam um pouco a conversar, ou, por outra começam a fornicar. Logo acaba e os dois vão de verdade se deitar.
Mais um dia.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Amores trazem felicidade logo cedo,

pela manhã!