terça-feira, 9 de novembro de 2010

é perigoso...

Não se brinca com o sentimento alheio.
Não é digno não importar com o que se diz importante.
Não é digno olhar e pensar sempre em si mesmo, fechar primeiro suas feridas ao custo de afastar o outro que tem as suas abertas.
Não é bom desamparar quem precisa... e não creditar que aquilo que ele sente é realmente sentido e dolorido tanto quanto o que se sente.
Não é respeito achar que se sofre mais e não dar importância ao que sofre o outro.

De todas as coisas só sobrou a calma e eu, só.
De tudo o que foi prometido, disposto e sonhado, restou o eu só.
No fim, ou no meio, ou em qualquer parte, restamos sozinhos, sozinhos, como viemos ao mundo e como morreremos: sozinhos.

Sozinhos estamos desde o início e assim terminamos.
A grande ilusão é estarmos em sociedade, convivermos.
Isso nos dá trabalho e nos entrete, criando a ilusão entre a solidão e a companhia porque inverte a ordem de qual vem primeiro e de qual está presente ao final.

O que a vida me ensinou de mais forte até hoje é que somos seres sós.
É que sempre estou só, sozinha, mesmo com alguém ao lado.


...


Por isso, não me diga não ser assim.
Não me feche por todos os lados, pois você não irá conseguir.
Não se dá conta inteiramente de alguém.
Saiba que você é humano também e, como eu, está só.
Então, não faça promessas que não pode cumprir.

Não ache que a vida é fácil ou dura demais.
Não ache minhas palavras duras e grosseiras.
Elas são simples, talvez seja isso que tanto te dói: simplicidade...
Elas são francas.


...


Não se pode brincar com o sentimento alheio...
é perigoso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário