"Podemos pensar que as coisas podiam ter sido de outra forma porque as coisas podem ser sempre de outra forma. (...) ...Mas não adianta pensar nisso agora. Todos fizémos o que achámos que deveríamos fazer. Temos de seguir em frente. A hora é para continuar, não para remoer doentiamente em chão mais do que pisado. Vamos continuar. Mesmo que mais pequenos e mais solitários." - Pedro Meixa, 08 jun 2003.
São as palavras de Pedro Meixa sobre os últimos acontecimentos antes de acabar o blogger. E em situações desagradáveis é sempre isso mesmo que se pensa. Com finais contrários à nossa vontade é pensar no que poderia ter sido feito, pensar em outras saídas perfeitas que nos faz "remoer doentemente em chão mais do que pisado."
O "[m]esmo que mais pequenos e mais solitários." é varrido pelo "[v]amos continuar". Não há o que se fazer, apenas continuar. Não há o que se pensar ou lamentar, continuar, pois o tempo não pára.
Continua-se, então, com o menos, com a perda, com a falta, com o vazio do que falta. Isso é continuar: conviver com o menos.
Mas, por que essa angústia por um mais que se foi e que faz falta? O mais, nesse caso, não deixa um vazio? Bem, o que é vazio agora indica que era um cheio outrora. E cheio, perda, vazio, tem algo a ver com plenitude.
Então, por que ser pleno?
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