quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Apesar de estranho, é bom!
Por aquilo que não entendemos ficamos fascinados ou, então, tomamos antipatia. Podemos classificar como anormal, bobo, idiota ou qualquer outro adjetivo pejorativo. Afinal, não faz sentido mesmo. Ou podemos nos interessar, pode ser instigante e maravilhoso, por não entendermos. Podemos ler um livro inteiro sem entender nada dele e, mesmo assim, gostar. Bobeira, né?
Podemos também consumir coisas ou usar coisas que desconhecemos o por quê delas e mesmo assim recomendarmos aos outros como "muito boas!". Podemos ver um filme e detestar porque não parecia ter lógica ou porque não encontramos o motivo ou sentido dele. Da mesma forma, vemos pessoas e não conseguimos entender um tanto de coisas que elas fazem ou pensam, e por mais lógicas que pretendam ser nós nunca iremos entender uma boa parte delas.
Me parece que tudo tem um motivo, nem que seja a vontade e o interesse puro. Interesse puro... como pode haver? Como pode haver alguma coisa pura? Pureza...
Deixa pra lá, essa questão sempre deu muita briga.
Voltando ao sentido, ao fazer sentido. Tudo gira em torno do sentido de tudo. O sentido da vida, o sentido das palavras, o sentido do sinal vermelho, o sentido do fim e do começo, o sentido do presente, o sentido de Deus, o sentido das pessoas, o sentido das religiões, o sentido das famílias, o sentido da tradição, o sentido dos limites, o sentido das classificações, o sentido dos pensamentos, o sentido das ações... e mais uma gama de sentidos que acabam sem sentido nenhum.
Pensamos tanto no sentido das coisas que esquecemos que a maioria dos sentidos são criados por nós sem seguir nenhuma regra. É totalmente arbitrário! Criamos as coisas e seus sentidos. Fazemos com que elas funcionem a partir do que queremos significar com elas. E para todas as outras que funcionam independente da nossa criação, atribuimos mais que depressa um sentido.
As coisas precisam ter sentido, sem sentido perdemos a razão que parece ser a única coisa que salva o Ser Humano, atestando-o Ser Humano. Longe do sentido caimos na fé. Fé é acreditar naquilo que não sabemos, que desconhecemos. Entregamos ao mistério nossas expectativas e anseios por não darmos conta de explica-los. Quando não encontramos solução nenhuma para um possível sentido, colocamos tudo no âmbito da fé.
Ter fé não é ruim, não acho que seja. É uma espécie de ilusão. Pode ser uma saída também. Talvez o cuidado deva ser em como administrar e aceitar todas as consequencias que ela pode trazer. Prefiro o ceticismo. Sou cética. Confesso que as vezes torna-se pesado ser assim. Saber que tudo acaba e sentir tudo acabar. Ver toda a euforia que sempre dá no mesmo lugar. Não que isso seja pessimismo, o que também pode se tornar, mas nem sempre, apesar dos mais histéricos e tolos adorarem confundir as coisas.
Um brinde ao lúdico! Eu preciso dele pra viver.
Ceticismo e ludicismo, o que rege a minha existência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário