Por alguns dias, quase te esqueci!
Troquei a tua lembrança por espectáculos de sombras chinesas e jogos de xadrez.
Na penumbra das sombras, encontrei mãos que como veludo, desenhavam imagens e me tocavam a alma.
No tabuleiro do jogo, desvendei labirintos geométricos, tracei esquemas de vitória, ultrapassei obstáculos desconhecidos e recuperei desafios esquecidos.
O ocaso da estação trouxe-me novamente o teu perfume e enceto o Verão lembrando outras sombras e outros labiríntos.
No reflexo da minha janela: a imagem permanente do acender do teu cigarro ao luar. No meu sonho: as correntes fantásticas do teu narrar, ...as viagens ondulantes a tomar forma no teu semblante.
É a persistência da tua lembraça, a inevitabilidade da tua presença que não me deixam esquecer a solidão.
Porque as sombras que me tocam a alma e os tabuleiros que me desafiam não bastam, não são suficientemente imperfeitos para se enraizarem e no fim... tu!
Sempre tu, ou somente tu!
Xangai-Lime
No meu deserto de água
Não havia luz para te olhar
Tive que roubar a lua
Para te poder iluminar
Quando iluminei o teu rosto
Fez-se dia no meu corpo
Enquanto eu te iluminava
Minha alma nascia de novo
São as pequenas verdades
As que guiam o meu caminho
Verdades brancas
Como a manhã
Que abre a janela do nosso destino
Como o teu olhar
Quando tu me olhas
Como a tua lembrança
Depois de partires
É verdade que a sombra do ar me queima
E é verdade que sem ti eu morro de pena
Misteriosa era a tua boca
Misterioso o meu lamento
Mas não se o nosso amor de primavera
Foi mentira ou uma paixão verdadeira
Quando a solidão regresse
Cega de amor irei até à morte
As verdades só existem pelos recantos da mente
Essas pequenas verdades que guiaram o meu caminho
Pequenas Verdades - Javier Límon
Nenhum comentário:
Postar um comentário