quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Alagados



 
Ninguém esperava que chovesse tanto. Ninguém esperava que os rios e córregos transbordassem. Nem que as encostas descessem, ou que a água ficasse mais de um mês, 45 dias, sem escoar ou diminuir.

Também ninguém esperava que tantos pontos de alagamentos acontecessem em tantas cidades diferentes e nem em tantos pontos de uma mesma cidade.

Água subindo e engolindo uma cidade cercada por serras. Pessoas subindo as encostas das serras. Nas mãos o máximo de objetos que elas podiam levar de suas casas. Uma cidade que ficou quase dois dias embaixo d'água.

Vila Romana: água pela cintura; rio que transborda e água que não diminue e nem escoe desde o final de 2009, em dezembro; esgoto e água misturados; pessoas que não podem sair de suas casas por não terem a onde ir; e ladrões que ainda entram nas casas vazias para roubar o que resta nelas.

Estradas rompidas com imensas rachaduras que mais se parecem com abismos, pois não param de crescer abrindo buracos.

Perde-se tudo.

Água, lama, lixo, esgoto.
Sujeira em todos os lados.
Janeiro: o mês que mais chove desde 1943.
"Desastres naturais" e humanos.
Alagamentos acometendo até países vizinhos.
Prejuízos e destruição.
Estado de Emergência.
Milhões de desabrigados.
Morros desabando.
Chuvas, enchentes, desmoronamentos.
Bueiros com água explodindo para cima.
Susto e desepero.
Mortos.
Tristeza.
Lágrimas.

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